Milhões de crianças correm o risco de serem forçadas ao trabalho infantil, como resultado da pandemia do novo coronavírus. Segundo o relatório publicado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela UNICEF, o trabalho infantil diminuiu em 94 milhões desde 2000, uma redução que está agora em risco. De acordo com o documento, a COVID-19 poderá resultar num aumento da pobreza e, consequentemente, do trabalho infantil, visto que as famílias usam todos os meios possíveis para sobreviver. Alguns estudos mostram que o aumento da pobreza leva a um aumento de pelo menos 0,7 por cento no trabalho infantil de certos países. Para a directora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, a medida que a pobreza aumenta, as escolas fecham e a disponibilidade de serviços sociais diminui, o que faz com que mais crianças sejam empurradas para o mercado de trabalho. O encerramento das escolas enviou 1.6 mil milhões de estudantes para casa, dos quais 463 milhões não tiveram a opção de “aprender remotamente”.
As evidências de que o trabalho infantil está a aumentar são cada vez maiores. O encerramento temporário de escolas afecta actualmente mais de mil milhões de alunos em mais de 130 países. As previsões indicam que mesmo quando as aulas recomeçarem, alguns pais não terão condições para mandar os filhos para a escola.