Um moçambicano residente na África do Sul, foi morto no sábado último e pelo menos outros 18 ficaram sem abrigado, por alegada violência xenófoba em Tokoza de Joanesburgo, na África do Sul.
Um dos sobreviventes, David Machava, residente na terra do rand já à 33 anos, relatou a morte do compatriota morto, sem deixar espaço que também foi agredido. Disse também que grande parte dos imigrantes moçambicanos atingidos pela actual onda xenófoba residem em Pola Park, uma área do bairro de Tokoza, vizinha a Katlehong.
“Houve um moçambicano que foi morto, queimaram tudo o que tinha e levaram tudo. Todos os moçambicanos ficaram sem nada, são muitos moçambicanos […] pode chegar a 18 moçambicanos, porque há muitos a viverem em Pola Park”.
Outro moçambicano de nome de José Sobrinho, de 37 anos de idade, natural do distrito de Chókwè, em Gaza, citado pela Lusa, diz que o seu negócio de reparação de televisores não sobreviveu aos ataques violentos, o que também prejudicou aos clientes. “A situação já está mais calma” desde domingo “mas o que era dos clientes ficou destruído”.
Em seu relato José Sobrinho referiu que a violência xenófoba teve início na passada terça-feira, alargando até domingo após a intervenção do exército sul-africano e do ministro da Polícia, Bheki Cele.
Segundo Sobrinho esta acção dos Sul africanos deve-se ao comodismo dos mesmos, pois mesmo com as restrições impostas pelo Governo sul-africano, dada à pandemia que assola o mundo, os moçambicanos conseguem “colocar pão na mesa” e os sul-africanos “não fazem nada. Dependem do Governo, enquanto nós fazemos pela vida”.