A Organização das Nações Unidas (ONU) incentiva o mercado de trabalho a garantir a igualdade salarial para homens e mulheres. A ONU estima que as disparidades salariais entre homens e mulheres cheguem a 23 por cento no mundo. Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, após décadas de activismo e dezenas de leis sobre igualdade salarial, as mulheres continuam a ganhar menos de 80 centavos para cada dólar recebido por homens. Guterres sublinha que o valor é ainda mais baixo para mulheres com filhos, negras, refugiadas, migrantes, e com deficiência. De acordo com o secretário-geral da ONU, o impacto económico da pandemia da COVID-19 tornará a disparidade salarial de género ainda maior. Entre os principais factores está o facto de muitas mulheres trabalharem nas indústrias de serviços, hotelaria e no sector informal, que foram os mais atingidos.
Segundo a ONU, existem mais mulheres concentradas em empregos de baixa qualificação e baixa remuneração. Tais postos são caracterizados pela maior insegurança no emprego e sub-representação feminina em funções de tomada de decisão. A organização realça ainda que mulheres realizam pelo menos mais duas vezes e meia as tarefas domésticas e da área de cuidados, que não são remuneradas quando comparadas aos homens. Guterres apela os países a ir além da correção de leis de igualdade salarial, buscando soluções para alcançar a igualdade salarial para o mesmo tipo de trabalho comprometendo-se com os direitos humanos e contra todas as formas de discriminação.