Devido à baixa da economia imposta pelo novo covid-19, vários africanos, incluindo moçambicanos vivem numa condição do Deus dará, sem teto, comida, a mercê da boa vontade dos mais estaveis e casas de caridade.
Gabriel Maranho, moçambicano residente em Portugal, relata que nunca teve casa própria naquele país de adopção, tendo dedicado seu tempo ás comunidades e com a pandemia, viu-se abandona, sem apoio de segurança social. ” porque nunca tive descontos. Já recebi o rendimento de reinserção social. Foi na altura que estive a viver na rua, antes de entrar na comunidade, e como não dei baixa a coisa ficou assim, […] conheço muita gente que ja teve apoio de casa e já estão a viver nelas a bastante tempo” relatou Gabriel, actualmente abrigado na pousada da Juventude, em Lisboa.
Outro africano no estado de desabrigado é Joaquim Texeira, de nacionalidade angolana, acolhido também pela Pousada da Juventude, no parque das Nações.
Confirma a triste realidade destes africanos o Vereador dos Direitos Sociais e da Educação na Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Grilo. Mas garantiu que medidas estão a ser tomadas para amenizar a situação. ” Estão nesta situação muitos africanos, em particular aqueles que trabalhavam na área do turismo. Foi necessário encontrar novas respostas para estes, além daquelas que todos os dias, todos os anos, a Santa casa da Misericórdia e a Câmara Municipal de Lisboa tem para eles”.