Normalmente o rei ou régulo aponta um filho que lhe concede hábil para tomar a herança do pai. Geralmente tem sido o filho primogénito, mas no caso de morrer antes de apontar o filho, os saphandas e mathubo reúnem-se para escolher o filho do rei capaz de lhe suceder.
No dia de empossamento organizam-se cerimónias acompanhadas de muita festa, onde não falta bebidas como sura, cabanga e nipa.
Eles observam na generalidade os cultos da possessão por espíritos, faz suspeitar que, originalmente entraram na constituição destes sub-grupos povos de extracto chona-caranga.
Em relação ao casamento, os sena são virilocais. Além disso, os sena gozam de endogamismo, a regra de casamento que obriga o individuo a escolher seu cônjuge dentro do mesmo grupo (local de parentes, de status, etnia etc.) ou outro grupo a que pertença.
Segundo Gouveia Osório, nos senas “podzo” distingue-se as seguintes fases de casamentos: Lupato-declaração; Pete- confirmação do ajuste; entrega de importância acordada; Malimbico-transição do namoro para o noivado oficial; Maxunguzo-pedido formal apresentado pelos pais do noivo, com oferendas de dinheiro, bebidas, panos etc.; Gogodo-lamento ritualizado da mãe da noiva, feito perante o noivo, com o fim de lhe solicitar presentes; Sembwene-pagamento de honorários devido às anciãs que ministram a noiva os ensinamentos tradicionais.
Quando se chega o tempo de escolher mulher para casar, o sena dirige-se a um amigo, o nhacubuzira e encarrega-o de procurar a rapariga escolhida e de a informar sobre as suas pretensões.
A escolha recai numa rapariga que seja da sua raça, mas da família diferente. Estes factos são ainda reminiscências do totenismo e a escolha “endogamismo”.
No caso de ser correspondido dirige-se então a uma mulher que possa ser sua madrinha ou encarregada das “demarches” junto dos pais da futura noiva.
Aceite o genro, portanto é submetido a uma cerimónia de “pedir serviço”, que é uma tradição que consiste em o noivo, antes de casar, servir os sogros por alguns anos.
Hoje, a exigência dos pais da noiva compreende, duma maneira geral, a construção duma palhota, ou ajuda na reconstrução de algo que necessite.
Para os sena, no dia de casamento, isto é, em que a noiva vai deixar a casa paterna, as amigas e parentes vem despedir-se, trazendo-lhe presentes, que são os mais variados e conforme as posses de cada um oferecendo a mão, por sua vez, alguns cestos de cereais.
Organiza-se, o cortejo que conduz a futura esposa à casa do marido. Quando chegam despedem-se e desejam-lhe muitas felicidades.
A tia do noivo é que conduz a rapariga à sua palhota e, ali, despe-a e deita-a numa esteira sobre um lençol ou pano branco, onde fica à espera do marido que permanece numa palhota próxima. Depois o noivo vai na palhota onde se encontra a noiva para realizar o primeiro acto sexual. Findo o acto sexual, o noivo sai da palhota e junta-se ao grupo que festeja as suas bodas. Entretanto, a tia e outras mulheres vão verificar se consumou o acto e a noiva estava ou não virgem.
Apoderam-se do despejo e saem da palhota em grande algazarra, mostrando o pano , como a forma de comunicar a todos que ela era pura.
As cerimónias das festas nem sempre se verifica, porque muita das vezes a noiva já esta desflorada e este facto não é para que o casamento não se realize.
Ficando a viver juntos, existem ainda, na vida de casados algumas pequenas cerimónias, que pelo facto da mulher estar grávida não deixa de manter relações sexuais com o marido, que só em estado adiantado de gravidez o deixa de fazer.
O marido que tratava a sua esposa com especial carinho podia ser obsequiado pelos sogros com oferta de uma segunda mulher geralmente irmã ou próxima parente da primeira. Este tipo de matrimónio, por ximbire é isento de pete. Leia a seguir a forma de concepção de família do povo sena.