Depois de declarado o Estado de Emergência, vários negócios começaram a colapsar no país, muitos ficaram desempregados. Elias Cumaio é artista de tecidos artesanais decorativos, passou a pintar paredes para garantir o pão, alternando com aulas de pintura que tem dado a crianças quando solicitado.
O artista, teve sua infância no mesmo bairro que reside actualmente, aeroporto. Antes da pandemia ele ganhara a vida com batiques esticados em molduras.
” Temos um biscate aqui, outro ali, às vezes é uma parede para pintar, ou crianças que não tem escola por causa da pandemia e os pais chamam os artistas para poder ocupar os seus filhos. Estamos a reinventar-nos para colocar pão na mesa, hoje posso dizer que acabo um mês sem vender uma obra de arte”.
Um negócio que segundo o artista, dava uma média de 500 mt de lucro a cada quadro vendido, e agora pouco interessa o lucro, bastando somente vender para despistar a fome. ” Chega um tempo em que de tanta fome, não dá para pensar se o lucro chega ou não. Se tenho dez obras, a minha intenção é vender e colocar pão na mesa”.
Também lamentou o facto do Estado não dar um apoio especial aos artistas, visto que são contribuentes de impostos.