De acordo com “O País”, António João, nome fictício, desesperado pelo estado em que a filha recém-nascida se encontrava, dirigiu-se à este jornal para denunciar que sua filha foi vítima de um alegado erro médico durante o parto da sua esposa no Hospital Provincial de Xai-Xai, segundo informação que tivera recebido.
“Disseram-me que a criança foi cortada na zona da barriga e isso fez com que saíssem as tripas e o fígado”, disse o pai que depois acrescentou que pela gravidade da situação, a criança foi evacuada para o Hospital Central de Maputo. “Ao invés da criança ser submetida à cirurgia, ela foi largada à sua sorte” o que para este, veio a causar “infecção dos órgãos”.
Ja no Hospital Central de Maputo, o pai da criança queixou-se de sonegação de informação sobre o estado clínico da criança e o quadro clínico da criança agravou.
“A enfermeira disse-me que a situação estava grave e que havia acontecido, de facto um erro médico, e que não se poderia fazer mais nada senão esperar até que a criança perca a vida”, entristeceu o jovem pai.
O que não sabia este jovem é que na verdade a criança teria tido uma má formação congénita ainda no ventre da mãe, a qual segundo Atanásio Taela, director da pediatria do HCM, esta doença é tratada por “gastrosquise, onde a parede abdominal encontra-se aberta e os intestinos desenvolvem fora da barriga da criança” e que toda informação que o jovem pai alega ter recebido é meramente falsa.
Os profissionais da saúde exortam a toda mulher que se encontra em período de gestação a fazer a ecografia, para evitar casos similares e salvaguardar a vida dos nossos filhos, uma vez que essa doença é quase irreversível pós parto, condicionando até a morte dessas crianças.