As perturbações económicas e físicas causadas pela pandemia da COVID-19 poderão causar impactos negativos nos direitos e na saúde das mulheres e raparigas. De acordo com uma análise feita pelo Fundo das Nações Unidas para a População – FNUAP e parceiros, em seis meses, as medidas de isolamento para a contenção da COVID-19, poderiam deixar 47 milhões de mulheres que vivem em países de baixo e médio rendimento incapazes de utilizar métodos contraceptivos, levando a uma previsão de mais 7 milhões de gravidezes não intencionais.
No mesmo período, o lockdown poderia resultar em mais 31 milhões de casos de violência baseada no género. Espera-se também que a pandemia cause atrasos nos programas para a eliminação da mutilação genital feminina resultando num número estimado de 2 milhões de casos durante a próxima década. O atraso nos programas e as crescentes dificuldades económicas a nível mundial, poderão resultar num número estimado de 13 milhões de casamentos prematuros ao longo de 10 anos. As projecções feitas em parceira com Avenir Healt e as Universidades John Hopkins e Victoria, oferecem uma visão alarmante do futuro que poderá confrontar mulheres e raparigas se não forem feitos esforços urgentes para assegurar o seu bem-estar e garantir os seus direitos.
SABIA QUE…
Uma em cada quatro mulheres em Moçambique, e uma em cada três mulheres nas províncias do norte não sabem ler e escrever? Estudos demonstram que o nível de escolaridade da mãe tem uma ligação directa com a saúde e nutrição dos filhos, podendo influenciar na redução de chances da criança morrer, ficar doente ou desnutrida. As mães que completam mais anos na escola têm mais chances de ter um parto seguro no hospital, e menos chance de faltar às vacinas ou outros tratamentos importantes. Vamos apoiar a escolarização da rapariga para garantir bebés saudáveis e um futuro melhor para Moçambique.