
As autoridades de saúde moçambicanas esperam diagnosticar 103 mil casos de tuberculose este ano, contra 97 mil em 2019. Segundo Ivan Manhiça, director do Programa Nacional do Controle da Tuberculose (PNCT), o novo coronavírus coloca em risco a meta estabelecida, o que pode comprometer o combate à doença. No segundo trimestre deste ano, altura em que foi decretado o Estado de Emergência, foram diagnosticados 24 mil casos de tuberculose, contra os 27 mil em igual período de 2019.
As pessoas não estão a ir ao hospital com a frequência que deveriam. Para fazer face à doença, o Governo moçambicano prioriza acções de sensibilização e capacitação de recursos humanos em zonas em que a doença é mais frequente.
Devido a pandemia as campanhas foram interrompidas e o número de pacientes que se desloca às unidades sanitárias reduziu. Ainda segundo o director do PNCT, normalmente o paciente diagnosticado com tuberculose toma os medicamentos de forma assistida.
Entretanto, para reduzir o risco de exposição à COVID-19 o sector passou a fazer dispensas mensais dos medicamentos. Assim, os doentes vão a unidade sanitária quando têm de fazer o controlo laboratorial, mas a medicação está a ser feita em casa. De acordo com os dados preliminares, o país diagnosticou, no primeiro semestre deste ano, 47 mil casos de tuberculose, dos quais 6.000 são crianças.