O Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime recebeu em 2018 denúncias de cerca de 25 mil casos de tráfico humano. O número representa o dobro de casos registados em 2000, que foram cerca de 13 mil. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada três pessoas traficadas é menor de idade e 70 por cento de todas as vítimas são mulheres e crianças.
As pessoas de países de baixa renda são as mais vulneráveis a esse tipo de crime, quase sempre associado a promessas de melhores condições de vida no exterior ou de oportunidades económicas.
Segundo a Directora Executiva do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime, Ghada Waly, a pandemia de COVID-19 aumentou os perigos do tráfico com o aumento do desemprego e da pobreza, encerramento de escolas e maior interação na internet. Para Ghada Waly, os factores criam mais espaço para grupos de crime organizado.
Além disso, a crise sobrecarregou os serviços sociais, impactou o trabalho judiciário e dificultou a busca de ajuda pelas vítimas. A diretora-executiva do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Natália Kanem, explicou que os homens tendem a ser traficados para trabalho forçado e as mulheres para sexo forçado. Para a chefe do FNUAP, as autoridades devem redobrar esforços para punir os criminosos e apoiar as vítimas.