O continente africano reúne apenas 1,6 trabalhadores da área da saúde mental por cada 100 mil habitantes. A informação consta do Atlas de Saúde Mental, actualizado na última semana. O Atlas é emitido de três em três anos, mostra dados de 171 países com uma indicação clara da não existência de serviços mentais de qualidade alinhados às necessidades dos pacientes.
O documento mostra ainda grande escassez de especialistas para prestar cuidados especializados sendo de 0,1 para psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais e de 0,9 enfermeiros de saúde mental, o que representa menos de um profissional por cada 100 mil habitantes.
Por exemplo, estes dados indicam que um profissional de saúde mental está para toda a população do distrito de Lalaua, com cerca de 102 mil habitantes, na província de Nampula. Um estudo publicado em Abril de 2020 sobre saúde mental em Moçambique revelou que o Sistema Nacional de Saúde é pouco acessível aos doentes mentais devido à escassez de recursos, à pouca formação dos profissionais de saúde e à falta de adaptações culturais nos processos terapêuticos, resultando na procura generalizada dos médicos tradicionais para tratar as doenças mentais.