As medidas adoptadas pelos governos e as autoridades sanitárias durante a pandemia da COVID-19, tais como lockdowns, quarentena ou reorganização dos serviços de saúde, causaram retrocesso no acesso aos cuidados de saúde sexual e reprodutiva, principalmente no caso das mulheres e raparigas.
O acesso ao controlo da natalidade é uma das questões de saúde sexual e reprodutiva que tem sido mais afectada pela pandemia. O Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) revelou que em 114 países de baixo e médio rendimento, mais de 47 milhões de mulheres não têm acesso a contraceptivos.
E a cada prolongamento de três meses das medidas, até dois milhões de mulheres não teriam acesso aos métodos contraceptivos modernos. O encerramento das escolas, por exemplo, uma medida implementada a nível mundial, também levou a uma redução do acesso à informação e educação sexual. Os direitos sexuais e reprodutivos são reconhecidos como importantes instrumentos na protecção da dignidade humana, contribuindo para a equidade de género, para o direito fundamental à saúde e para a autonomia pessoal.