O Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais alerta para as consequências negativas da pandemia em África, salientando que os impactos serão duradouros e revertem o desenvolvimento conseguido nas últimas décadas.
Segundo o relatório divulgado, esta segunda-feira, em Nova Iorque sobre a Situação Económica do continente, África está a passar por uma crise económica sem precedentes, com grandes impactos adversos no desenvolvimento a longo prazo. O confinamento necessário para controlar a pandemia, a reduzida procura externa combinada com os preços baixos das matérias-primas, o colapso do turismo e a descida nas remessas, desencadearam perturbações económicas severas, lê-se no relatório.
A crise agravada pela pandemia, que já fez mais de 85 mil mortos e mais de três milhões de infectados no continente, está a causar um aumento no desemprego, pobreza e desigualdade, o que ameaça arrasar com os ganhos em desenvolvimento nas últimas décadas. O Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais acrescentou que os países africanos precisam de mais ajuda internacional para evitar uma crise da dívida, que obrigaria a austeridade, agravando as condições económicas actuais.