Cerca de 50 a 100 mil mulheres contraem a fístula obstétrica a cada ano no mundo. Em Moçambique, a cada ano a condição afecta cerca de 2500 mulheres. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA) lembrados ontem, 23 de Maio, durante a aceleração do Dia Mundial pelo Fim da Fístula Obstétrica.
Sob o lema “Os direitos das mulheres são direitos humanos, fim da fístula agora” foi celebrado num contexto de suspensão de serviços de saúde e elevadas taxas de casamentos infantis devido à pandemia da COVID-19.
As meninas que são submetidas ao casamento precoce, por terem um corpo que ainda não está pronto para a gravidez e o parto, são mais vulneráveis a contraírem a fístula obstétrica porque o tamanho da cabeça do bebé é demasiado grande para o canal do parto. Além disso, a não contração adequada do útero e os partos prolongados também causam a fístula.
A condição é caracterizada por um buraco entre a vagina e a bexiga, vagina e o ânus, ou ambos que resulta de complicações durante o parto. A fístula obstétrica reduz a capacidade da mulher de reter as fezes e a urina. A única forma de tratamento é por meio de uma cirurgia.