O governo pretende promover programas de alfabetização da rapariga para combater os efeitos negativos das uniões prematuras. A informação foi revelada, no último sábado, pelo secretário do Estado da Juventude e Desporto, durante o segundo Fórum do Gabinete da Juventude Parlamentar. Oswaldo Petersburgo disse que o primeiro programa será lançado no início de 2021.
Denominado “Eu sou Capaz”, o programa visa apoiar a rapariga com formação e material escolar. O esforço do governo surge no contexto em que o país está no topo da lista de países com as maiores taxas de casamento prematuro, ocupando o segundo lugar na África Subsaariana, depois do Malawi e o décimo no mundo.
O último Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) realizado em Moçambique, revela que cerca de 48 por cento das mulheres com idades entre 20 e 24 anos já foi casada ou esteve numa união antes dos 18 anos e 14 por cento antes dos 15 anos. Em julho do ano passado, o parlamento aprovou a proibição da união entre pessoas com menos de 18 anos. O instrumento jurídico prevê penas que pode ir até 12 anos de prisão o adulto que se casar com criança.