Os grupos rebeldes que actuam na província de Cabo Delgado contam com mulheres em tarefas de recrutamento, observação (espionagem) e acções armadas. A informação consta de um estudo intitulado “O Papel das Mulheres no conflito em Cabo Delgado: Entendendo Ciclos Viciosos da Violência”, do pesquisador do Observatório do Meio Rural (OMR), João Feijó, divulgado esta segunda-feira.
O estudo refere que tal como noutros conflitos, as mulheres têm uma participação minoritária em acções de combate na guerra no norte de Moçambique. O estudo do Feijó aponta a intimidação e coação como métodos de recrutamento de mulheres que acabam se filiando aos grupos armados.
O estudo indica que a violência contra as mulheres constitui uma prática corrente em conflitos armados e Cabo Delgado não é excepção. O estudo refere ainda que as mulheres raptadas que estiveram nas bases de insurgentes viram crianças e adolescentes a fazer treinos militares e lutas com catanas, bem como jovens há dois e três anos no grupo, ansiosos pela sua primeira missão.