Nampula: Vendedores dos mercados estão mais expostos á COVID-19
Segundo os resultados preliminares do Inquérito Sero-epidemiológico, realizado na cidade de Nampula, os vendedores dos mercados são o grupo mais exposto ao novo coronavírus. O mercado Central apresenta a taxa mais alta de positividade do vírus, com 20 por cento. A nível dos profissionais de saúde, os técnicos de laboratório são os mais expostos com 13 por cento e os médicos com menos de quatro.
O Director-Geral Adjunto do Instituto Nacional de Saúde referiu ainda que o vírus está em todos os bairros da cidade, em todas as faixas etárias e grupos profissionais. De acordo com o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, estão em curso as medidas para controlar o vírus na cidade. De entre as medidas em curso destacam-se a reorganização dos mercados, a abertura da central de chamadas na primeira quinzena Julho, o lançamento da Campanha de Combate ao Estigma e Discriminação contra a COVID-19 e o início da testagem da COVID-19 na cidade de Nampula.
Crianças sem acesso aos programas alimentares
De acordo com o relatório sobre a situação de Moçambique divulgado em Junho, pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, o encerramento das escolas devido a pandemia, deixa cerca de 235 mil crianças sem acesso aos programas escolares de alimentação para evitar a desnutrição. A acção pode agravar o índice de desnutrição no país nos próximos tempos. No relatório estima-se que cerca de 67.500 crianças irão necessitar de tratamento para a desnutrição nos próximos nove
meses.
Dados do documento apontam que, actualmente, mais de 3mil crianças menores de 5 anos estão a ser tratadas por desnutrição aguda grave no país e já houve mais de 4mil casos de doenças causadas pela deficiência de vitamina B3 registados desde Maio de 2019. Devido a pandemia a continuidade dos serviços a nível da comunidade e das instalações de saúde para os serviços de tratamento nutricional não está assegurada. As actividades de programas nutricionais deverão ser readaptadas devido à mudança dos cenários, por isso, há necessidade de estabelecer um mecanismo de controlo para avaliar o estado
nutricional das populações mais afectadas.
COVID-19: Actividades de prevenção e diagnóstico da Malária não devem parar
A Organização Mundial da Saúde destaca a importância de se manter os esforços para prevenir, diagnosticar e tratar a malária mesmo durante a pandemia. Segundo o director do Programa Mundial da Malária, Pedro Alonso, os países africanos mais afectados, pela doença, não podem reduzir as actividades de prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Alonso destaca que a garantia do acesso às principais medidas de prevenção da malária é uma estratégia importante para reduzir a pressão sobre os sistemas de saúde.
As medidas como a distribuição de redes mosquiteiras tratadas com inseticida, a pulverização intra-domiciliar bem como o tratamento preventivo intermitente em mulheres grávidas e em crianças podem aliviar os sistemas de saúde no contexto da pandemia da COVID-19. Em 2018, foram diagnosticados mais de 228 milhões de casos de malária e registadas 405 mil mortesrelacionadas com a doença no mundo.
SABIA QUE…
Não existe vacina contra malária? A melhor forma de evitar a malária é cumprir com as medidas de prevenção individual e colectiva. Como as redes mosquiteiras tratadas com insecticida e pulverizar as casas, incluindo o quintal, para eliminar os mosquitos transmissores da doença. Os mosquitos se reproduzem nas águas paradas, por isso, é fundamental eliminar as poças da água. Elimine também todos os locais onde a
água se acumula como latas, garrafas, pneus, entre outros.